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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

acontece em portugal

Psicologia e Saúde Mental: Debatidas, hoje e amanhã, em Beja
O auditório do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) recebe, hoje e amanhã, as primeiras Jornadas de Psicologia e Saúde Mental, organizadas pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).

O Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) realiza, hoje e amanhã, no auditório do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), as primeiras Jornadas de Psicologia e Saúde Mental. No primeiro dia do evento estão em destaque três temas: psicologia forense, suicídio e parassuicídio e depressão.
O médico Francisco Barrocas, da organização, explicou que “o programa destes dois dias de jornadas é diversificado, na medida em que tem como objectivo fazer uma abordagem multidisciplinar da taxa de prevalência de suicídio, das patologias da infância e adolescência e da depressão”. Deixou também algumas considerações sobre as questões que vão ser tratadas na mesa redonda sobre depressão, alertando para o facto desta ser “uma patologia que afecta não só adultos, mas também crianças e adolescentes”.
Ana Elias de Freitas

http://www.vozdaplanicie.pt/index.php?q=C/NEWSSHOW/34024

domingo, 8 de novembro de 2009

Ilana Casoy


sábado, 7 de novembro de 2009, 16:00 | Online




Face a face com o inimigo

Ilana Casoy pesquisa o comportamento e perfil psicológico de assassinos, ajudando a desvendar crimes
Ciça Vallerio - O Estado de S.Paulo



 - .

Em 2004, Ilana Casoy deixou para trás seus longos e bem tratados cabelos loiros. A decisão de passar a tesoura na bela madeixa não foi por vaidade, tampouco pelo desejo de mudar, mas sim devido a uma ameaça ouvida por telefone: "Vou te encontrar na morte, Rapunzel." Sem hesitar, procurou seu cabeleireiro. "Acabei com a fantasia do cara", conta. "Mas depois gostei tanto da praticidade do corte que não quis mais saber de cabelo comprido."
Cuidado nunca é demais quando se está exposta a bandidos, afinal, Ilana tornou-se uma respeitada especialista em decifrar mentes de criminosos, principalmente os serial killers. Com base em evidências levantadas por peritos, elabora o perfil psicológico do assassino. Essas informações ajudam a polícia a criar estratégias de interrogatório, desvendar o caso e chegar até o culpado.

Entre as muitas investigações em parceria com órgãos oficiais, destacam-se crimes "famosos", como o do maníaco de Guarulhos e o de Suzane von Richthofen. Atualmente, acompanha o caso Nardoni junto com a promotoria. Mas também costuma viajar pelo País para investigar, ao lado da polícia, assassinatos que não chegam ao noticiário.

Formada em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, seu conhecimento sobre a mente de um assassino – baseada em muita pesquisa e experiência de "campo"– rendeu três livros, todos com várias edições pela Ediouro. O primeiro deles, Serial Killer – Louco ou Cruel?, faz um apanhado de casos solucionados pelo mundo afora e está na nona edição.

Depois escreveu Serial Killers – Made in Brasil, que segue para a sétima edição este mês. "Histórias de ficção acabam quando o autor quer. Mas, no meu caso, por serem verídicas, muita coisa pode mudar quando um criminoso sai da cadeia após cumprir pena, morrer ou até se casar", observa Ilana. "Por essa razão, invisto muito do meu tempo atualizando meus livros."

Em O Quinto Mandamento, que está na quinta edição, ela conta os bastidores do homicídio do casal Richthofen, arquitetado pela filha Suzane. A publicação será adaptada para o cinema, pelas mãos da produtora e atriz Ana Paula Sant’Anna, que também interpretará a criminosa. "Vou ajudar a escrever o roteiro do filme", diz a paulistana, que completou 49 anos em fevereiro, e que é sobrinha do jornalista Boris Casoy e prima do apresentador Serginho Groismann.

VIRADA
Aos 20 anos, Ilana casou-se. Com 25, já cuidava de dois filhos. Perto de completar 40, deu um basta no emprego de administradora e pediu a conta na escola onde trabalhava. Foi quando resolveu escrever um livro, para a surpresa do marido e dos dois filhos. Queria também testar se era disciplinada o suficiente para realizar esse projeto pessoal.

O gênero policial sempre lhe interessou: "Ler e pesquisar sobre crimes sempre foi meu hobby. Tudo começou por causa dos filmes policiais com histórias baseadas em fatos reais. Não me conformava em não saber o que tinha sido ficção e realidade."

Curiosa, queria saber em qual crime o filme Silêncio dos Inocentes tinha se baseado. E onde Alfred Hitchcock havia buscado inspiração para construir as tramas de seus famosos suspenses. Começou a ir atrás dos casos reais, vasculhando pela internet os documentos da Scotland Yard, FBI, Suprema Corte americana e de vários outros países. Arquivava todo material sobre assassinos em série que conseguia.

A única dificuldade era obter informações no Brasil. Mas com a cara e coragem, há nove anos, Ilana procurou a Academia de Polícia de São Paulo e o departamento de perícia da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa.

"Em outros países, as informações são todas digitalizadas e com acesso quase irrestrito a crimes antigos, mas aqui não havia nada assim", conta. "Por ter sido algo inédito no meio, acabei sendo bem recebida, apesar de todo o estranhamento inicial."

Depois, Ilana soube pela internet que haveria um curso de perícia e pediu para ser aluna ouvinte. A resposta não veio de imediato, pois o pedido inusitado movimentou dirigentes que nunca haviam se deparado com uma mulher ávida por informações sobre crimes. Como uma coisa leva a outra, as portas começaram a se abrir. Até que foi convidada por um perito para acompanhar uma ocorrência de homicídio e não parou mais.

No seu primeiro contato direto com um assassino, Ilana conta que teve muito medo. Tremia sem parar. Hoje, já não se intimida quando precisa entrevistá-los na cadeia. "Eles me respeitam bastante", garante. "Assim como me tratam superbem, eu faço o mesmo, porque, apesar de tudo, são pessoas que também têm direitos."

Cenas chocantes de um crime não lhe causam mais tanto desespero, sofrimento, tristeza, insônia, vontade de chorar. Porém, precisa tirar brevíssimas férias para se recuperar do baque, da tensão que envolve seu trabalho, mesmo que tenha aprendido a controlar suas emoções.

"Só consigo lidar com uma realidade tão triste porque tenho um porto seguro, que é a minha família." Mesmo assim, faz terapia duas vezes por semana. Para quem está de fora, fica fácil separar o bem do mal, o certo do errado. Mas para quem está lá, no meio do furacão, não é bem assim:

– Ao conversar com um assassino, você ri e chora com ele. É uma mistura, porque quero entender a vida dele, mais do que o crime que cometeu. Geralmente são pessoas que tiveram uma infância difícil, o que não justifica os atos, é claro. O problema é que esses infelizes sentem dor, mas também causam muita dor.

Sobre as ocorrências que já acompanhou, Ilana fala: "O crime que mais me choca? Sempre o que estou trabalhando no momento. É doloroso entrar na cabeça de um assassino e ajudar a polícia a agir rápido para encontrá-lo. Quando isso acontece, respiro aliviada por ter evitado mais mortes."

CRIME DESVENDADO
Um dos crimes que ajudou a solucionar foi o do "monstro da Ceasa", em Belém do Pará. André Barboza matou três meninos de 14 anos após levá-los a um matagal e violentá-los, entre dezembro de 2006 e fevereiro de 2007. Foi condenado a 104 anos de prisão.

Em parceria com a psicóloga forense Maria Adelaide Caires, Ilana traçou o perfil do assassino. Ao analisar os laudos dos crimes, descobriu que se tratava de um heterossexual, e não de um homossexual como os investigadores acreditavam. O caso lhe rendeu uma medalha da Polícia Civil do Pará e um prêmio do FBI durante um congresso entre peritos. Recentemente, subiu ao palco para apresentar esse estudo aos participantes do 20º Congresso Nacional de Criminalística e o 3º Internacional, realizados em outubro, em João Pessoa. De todos os peritos criminais que lá estavam, era a única que não tinha especialização oficial.

Por não fazer parte dos quadros formais da perícia, Ilana não ganha honorários pelo seu trabalho. Quando é chamada para auxiliar em algum caso, tem apenas os custos da viagem, estadia e alimentação pagos. "O importante para mim é que me dão a grande oportunidade de ganhar experiência e ter acesso às histórias", diz ela, que faz pós-graduação em Criminologia no Instituto Brasileiro de Ciências Criminais.

Seu próximo livro já está a caminho: ela vai contar a dinâmica do júri no caso Nardoni, explicando como funciona essa comissão, pouco conhecida pela população.

http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,face-a-face-com-o-inimigo,462266,0.h

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

ACONTECE EM PORTUGAL Suicídio: idosos são grupo de risco

Suicídio: idosos são grupo de risco

3 Novembro, 2009 ·
Os idosos são um grupo de risco na ideação suicida devido ao isolamento. O apoio psicológico domiciliário, a par das ajudas sociais, pode ser uma forma de prevenir a situação, afirma o especialista Carlos Poiares.
No entanto, o também director da Faculdade de Psicologia da Universidade Lusófona adianta que, devido ao isolamento, auto ou hetero, os idosos vivem “situações de abandono”. A actual “civilização” tem “guetizado” cada vez mais os idosos, ao serem colocados em lares e “arquivados em compartimentos de quartos andares íngremes sem elevadores”, nota.
“Assiste-se nesta fase terminal da vida a um desinvestimento do sujeito em si próprio, a uma quebra da vinculação, que conduzem sempre a factores precipitantes da exclusão”, diz Carlos Poiares, acrescentando a “culpa” sentida pelos idosos devido ao peso que representam nos orçamentos e nos contextos psico-afectivos da família.
Neste cenário, os idosos podem optar por soluções de suicídio, que podem ser prevenidas pela “integração social e prestação de apoio psicológico domiciliário”.
Há cerca de três anos, no âmbito da associação de psicologia forense PSIJUS, foi criado um projecto inédito de apoio psicológico em casa e em instituições de idosos. Actualmente, funciona em Lisboa e envolve cerca de 30 idosos, mas o objectivo é alargar este projecto “pioneiro” de interacção e estimulação cognitiva de idosos a todo o país. “Vemos muitas vezes a prestação de apoio, mas não o apoio psicológico. Não são as mesmas valências, não preenchem as mesmas necessidades e daí também a aposta numa prevenção, que permita que os idosos tenham o seu lugar e acima de tudo que deixem cumprir o seu calendário de vida sem a antecipação suicida”, explica.
Por isso, sendo um grupo de risco de ideação suicida há “necessidade de trabalhar psicologicamente e socialmente” a realidade dos idosos, nomeadamente através de “dispositivos das autarquias, sociedade civil e também o reforço de algumas competências ao nível familiar.
 
http://www.app.com.pt/suicidio-idosos-sao-grupo-de-risco
 

domingo, 1 de novembro de 2009

PSICOLOGIA FORENSE PROGRESSÃO DE PENA ESTUDOS

 
 
 
Sábado, 31 de outubro de 2009 - 09h55      


Foto: Sérgio Castro/AE Zoom Reprodução de fotos da família Richtoffen Reprodução de fotos da família Richtoffen

Karina Gomes

cidades@eband.com.br

SVR foi a primeira a entrar na mansão da rua Zacarias de Góis, no Brooklin, zona sul de São Paulo, na madrugada do dia 31 de outubro de 2002. Há exatamente sete anos, a jovem subiu rapidamente as escadas e viu que os pais dormiam. Cristian e Daniel Cravinhos aguardavam na sala de entrada com luvas brancas nas mãos segurando os bastãos confeccionados com ferro e madeira para não fazer barulho durante o assassinato. A filha do casal apareceu na escada fazendo sinal positivo com o polegar. Os irmãos subiram. Suzane acendeu a luz do corredor do quarto dos pais e disse: “Vai”.

“Ela não é uma criminosa ocasional, é bem estruturada. Tem vocação criminogênica muito forte. De jeito nenhum, ela vai passar por percalços de reabilitação que os outros presos passam, como fazer uma reflexão sobre o que ela fez ou sentir dor”, afirmou promotor de acusação de Suzane no julgamento realizado em 2006, Roberto Tardelli.

Às 4h do dia 31, o namorado D C ligou para a Polícia Militar ao lado de Suzane e seu irmão Andreas, de 15 anos. Antes do crime, por volta das 22h30, o casal havia levado o adolescente para jogar em uma lan house. Com os pais mortos e tendo levado dinheiro e joias escondidos no quarto e na biblioteca, Suzane e o namorado deixaram Cristian em sua casa e foram a um motel aproveitar uma suíte de luxo. Depois, buscaram Andreas. A cena da mansão da família R já estava pronta para forjar latrocínio (roubo seguido de morte).

Os policiais que revistaram a residência tinham a difícil tarefa de contar a tragédia para os filhos do casal M e MV R. Um PM pediu para que Daniel desse a notícia. O namorado de Suzane cochichou no ouvido dos dois. Ninguém chorou ou ficou em estado de choque. Somente a jovem perguntou com tranquilidade: “e o que é que a gente faz agora?”. O policial ficou espantado.

“Ela compõe farsas, tem choro teatral e é manipuladora. O caso dela é irreversível”, afirmou o psicólogo forense, Guido Palomba. No dia 3 de novembro, aniversário de 20 anos de Suzane, ela e Daniel, acompanhados de dois casais de amigos, comemoraram a data no sítio da família Von Richtoffen. “Ela não tem remorso e nenhuma ressonância afetiva. Diante de um crime de extrema gravidade, S não explicitou sentimentos, como piedade e compaixão, por exemplo. Ela não se arrepende e é egoísta”, disse Palomba.

Os depoimentos de familiares dos V R, da família Crav e de amigos e testemunhas ajudaram a provar a incoerência no relato do casal e do irmão de Daniel, Cristian. No dia 8 de novembro, as histórias dos três não se sustentavam mais. Após horas de depoimento, Cristian confessou o crime.

Registro

Ilana Casoy, especialista frequentemente convidada pelo Ministério Público para acompanhar investigações de crimes violentos, descreve em O Quinto Mandamento (2006), os passos policiais para descobrir o assassino do casal Richtoffen.

“Entrevistei mais de cem pessoas para poder narrar essa história. Policiais, delegados, peritos contaram o trabalho feito e as conversas que tiveram com os criminosos e eu tive acesso a todo o inquérito. A minha impressão é de que Suzane é uma moça totalmente inadequada. Ela é estranha a nós, por causa do distanciamento e a banalidade com que trata o assassinato dos pais. O mais grave é a luta pela herança”, disse Casoy.

A especialista assistiu à reconstituição do crime realizada no dia 13 de novembro de 2002, que durou mais de 12 horas. “O Cristian estava muito agitado e Suzane, muito distante, fria e falando normalmente. Ela não teve reação de emoção. O Daniel estava deprimido, emocionado e logo começou a chorar. Ele teve ânsia de vômito quando teve que entrar no quarto do casal e reproduzir os golpes contra a cabeça de Manfred. Ele ficou descontrolado", disse.

No livro, Casoy conta que todos fizeram uma roda para rezar um pai-nosso. Daniel se acalmou. "O assassino tem memória e isso é muito perturbador. O que aconteceu em 10 minutos é reconstituído em três horas. Quem comete o crime lembra do cenário e do som”, afirmou.

Progressão de pena

O Tribunal de Justiça (TJ-SP) de São Paulo negou, no último dia 20, novo pedido de progressão penal para Suzane, condenada em 2006 a 38 anos de prisão em regime fechado. De acordo com o texto da juíza Sueli Zeraike de Oliveira Armani, da 1ª Vara Criminal de Taubaté, o bom comportamento dentro da prisão não é suficiente para garantir regime semiaberto à jovem. Para Zeraike, o crime foi violento e mostra que Suzane é uma "pessoa presumivelmente perigosa" e que a boa conduta na Penitenciária Feminina de Tremembé pode ser intencional justamente para obter o benefício.

De acordo com o psiquiatra Guido Palomba, S..... poderia chegar à loucura e até cometer suicídio se reconhecesse o erro. Para o psiquiatra, o comportamento da jovem mostra que ela está em uma zona fronteiriça entre a normalidade e a anormalidade. “A pessoa que tem esse comportamento nasce assim e assim morre. Não existe causa psicológica, mas sim, orgânica, é um defeito de estrutura", afirmou.

"Fatos triviais como proibir de sair de casa com o namorado ou não dar dinheiro podem gerar uma ação extremamente brutal, como a que ocorreu. E essas são as piores pessoas que tem menos possibilidade de retorno ao convívio social”, explicou. Para Palomba, Suzane apresenta alta periculosidade, a potência para praticar novos delitos. “Ela não pode cumprir semiaberto de forma alguma. Ela é incompatível com a progressão”.

http://www.band.com.br/jornalismo/cidades/conteudo.asp?ID=213930